Volume 2 -
Argus chega à casa dos empregados ainda sob o impacto da revelação e da apresentação de Cibeli pela manhã. Descobre que o prato do dia é um assado com legumes, quando ele prova a comida sente a carne desmanchar em sua boca.
- Aprovou o almoço, senhor Argus?
- Este prato está de bater palmas...
A cozinheira sorri para o novo motorista. (É sempre assim. Todos nós quando chegamos ficamos em um silêncio alerta diante de um novo mundo. Ele resistiu mais do que o normal, agora cede. Começa a dar sinais de que começa a se sentir em casa).
- Pode repetir se quiser, senhor Argus.
- Obrigado, Clarinha. Lá no presídio eles não costumavam servir este prato. Clarinha tem um sorriso divertido para o homem à sua frente.
Livro 2-Argus em um muno hostil
Cibeli não entende o que fez. Apenas saiu com Argus. Um jeito estranho de buscar a confissão dele para uma pequena vingança pelo desprezo dele à proposta dela. (Que mais ele poderia querer? O que pode mais esperar da vida que ele mesmo jogou fora?). No meio do caminho a esmo, depois de um longo silêncio ela diz:
- Você foi filmado praticando o furto. Por que fez aquilo, senhor Argus? Preocupado com seu futuro? Então por que recusou Copenhague? Ficou ofendido com minha proposta, mas se sentiu no direito de furtar o anel para enfrentar o mundo hostil que o espera no Brasil. Quanta dignidade!
- Para que furtar a joia, correr o risco de ser pego e estar ao seu lado como estou agora? Não tem sentido. Nada pode ser mais hostil para mim do que a senhora.
(Atrevido). Ela se cala.
- A senhora quer que eu levante o vidro?
Ela o ignora. Eles vão em silêncio.